
Pintura de Pieter Lastman - "Juno descobre Júpiter com Io"
Sobre Io
O mito grego revela-nos a determinação da princesa Io em redescobrir a sua forma humana, perdida após ter sido seduzida por Zeus. Encoberta inicialmente por uma nuvem espessa, Io foi arrastada pelo desejo informe e irracional e enamorou-se de Zeus. Foi depois metamorfoseada numa vitela branca, não fosse Hera suspeitar dos encontros adúlteros do marido com a sua amante mortal. Mas Zeus não conseguiu escapar à astúcia de Hera, que exigiu que uma bezerra tão bela lhe deveria ser oferecida. Io foi, deste modo, entregue à ciumenta Hera que a prendeu em cativeiro, sob a vigilância permanente do gigante de cem olhos Argus Panoptes. Hermes viria em seu socorro. Embalou com uma música suave os cinquenta olhos vigilantes de Argus, enquanto os outros cinquenta dormiam. Matou o gigante e ajudou Io a fugir. Quando Hera descobriu o corpo de Argus morto, retirou todos os seus olhos e colocou-os na cauda de um pavão que muito estimava. A memória do gigante era preservada e a lembrança do seu poder assombraria através do esplendor das penas. Io não se livrou da fúria de Hera, que deu ordens a um moscardo para picar a vitela incessantemente, obrigando-a a deambular de Micenas até à Trácia, atravessando o Bósforo para chegar ao Monte Cáucaso, para depois evadir-se pelo mar Iónico. Io não teria lugar de repouso por toda a terra, um lugar que pudesse chamar de seu. Foi nas margens do Nilo que conseguiu dar à luz um filho e, finalmente, recuperar a sua forma humana. Ao longo desta jornada - metáfora de auto-conhecimento - Io transmutou o sofrimento em criação. Assumiu o seu lugar de pertença. Redescobrindo quem era, conheceu a paz e reinou sobre o Egipto. Passou a usar uma coroa com dois pequenos chifres de oiro, talvez para não esquecer todo o percurso que fizera, talvez por orgulho, seguramente por ser um símbolo da sua transformação.
Missão do espaço Io
Enquanto profissional, procuro aceitar cada cliente que me procura com o respeito pela sua liberdade de Ser, pelo Tempo que necessita para encontrar o seu caminho, pelos Afetos e Pensamentos que emergem, a cada momento, e pelas suas Escolhas, incluindo o desejo ou não de mudança.
Enquanto pessoa, que também sou, acredito que cada cliente é único e traz consigo um enorme potencial. Acredito que as respostas que os clientes procuram estão encerradas dentro de si e que o meu papel é o de saber escutá-las. No final de cada processo terapêutico, ambos teremos crescido um pouco mais e, preparados, iniciamos a despedida.